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Olhos de pisca-pisca

  • Foto do escritor: Alba Caldas
    Alba Caldas
  • 16 de jun. de 2020
  • 1 min de leitura

Quando te conheci, a primeira coisa que me prendeu foi seu olhar. Era um olhar profundo, distante, tinha uma certa tristeza, um certo vazio. Quando cruzou o meu ficou um pouco tímido, mas intencional.


O meu olhar alegre ficou brilhante como um pisca-pisca. Te chamou e encarou e você ficou mais tímido ainda. Seu olhar então ficou aceso e buscou o meu, aos poucos foram se acostumando e cada vez mais, um buscava o outro. O tempo passou, o meu olhar se derreteu, mas o seu estava distante.


Meu olhar te sorriu com carinho, permaneceu, fixou no seu. E depois de muito tempo sem resposta, se transformou em agonia e dúvida, enquanto o seu permanecia inerte.


Foi num dia comum, que meu olhar ouviu meu coração. Já cansado, implorou para um olhar diferente. E ao olhar novamente, não conseguiu reconhecer o outro, parecia que o encanto do vazio já não fazia mais sentido e agora se via apenas a indiferença.


Neste momento, meu olhar buscou a si mesmo e viu que precisava de brilhos mais aconchegantes e tranquilos, que o fizessem se sentir brilhantes como pisca-pisca de novo.


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